Falar de ciúmes é bem tênue. Em questões de ciúme, as linhas divisórias entre imaginação, fantasia, crença e certeza são muito sutis. Cada uma de nós tem seu jeito particular de ser ciumenta, e de encarar o ciúme do parceiro, com diferentes reações.Mas por que sentimos ciúmes? Este sentimento é movido por fatores emocionais: a posse e a insegurança. Junto à atitude possessiva, pode se encontrar os sentimentos de inferioridade e de rejeição E tudo isso, coligado ao medo de perder a pessoa amada, amada? São os culpados por esse inferno particular. E então? O que fazer? O primeiro passo é perder o orgulho e assumir que você é uma pessoa ciumenta.
No ciúme, as dúvidas podem se transformar em idéias supervalorizadas – decorrentes ou não do sentimento de inferioridade, ou sinceramente muitas das vezes, delirantes.

Depois das idéias de ciúme, a pessoa é compelida à verificação compulsória de suas dúvidas. O ciumento verifica se a pessoa está onde e com quem disse que estaria, remexe por todo o computador em busca de e mails, orkut ou seja lá o que for, ouve telefonemas, examina bolsos, bolsas, carteiras, recibos, roupas íntimas, segue o companheiro, contrata detetives particulares, etc. Toda essa tentativa de aliviar sentimentos, de encontrar verdades, não ameniza o mal estar que se instala, muito pelo contrario, pode aumentar sua ira.

Daí que os sentimentos de posse, desamor e insegurança passam a ser irracionais. E o que acontece? Principalmente na relação amorosa, a tendência é tentar exercer controle sobre os passos da pessoa amada.

Começam assim as cobranças, as brigas e a vida a dois se transformando num verdadeiro inferno, tanto para a pessoa que esta sendo acusada de infidelidade quanto para aquela que sente ciúmes, pois qualquer olhar, qualquer atitude “diferente”, que só existe na cabeça do ciumento, já é motivo de sofrimento.

Afinal, sentir ciúmes é normal? Tão normal quanto sentir saudades, por exemplo. Mas, ainda como a saudade, o ciúme é um sentimento normal quando surge como resposta a uma situação real, imediata, com sua duração limitada há um tempo que nem sempre é definido, porém certamente limitado.

No entanto, quando o ciúme passa a ser exagerado e vamos nos deixando levar por esse sentimento, começamos a colocar de lado tudo o que nos dá prazer em um relacionamento, para ficarmos espreitando, espionando, buscando fatos e coisas que provem a infidelidade do outro.

Quando o ciúme, entretanto, começa a se prolongar no tempo e aumentar de intensidade, alguma coisa deve estar acontecendo. A saudade, por exemplo, quando intensa e prolongada, pode gerar uma situação mais séria de depressão. O ciúme também, só que atua mais na esfera da angústia e da ansiedade, gerando, portanto, estados ansiosos mais persistentes, portanto muito dolorosos.

Veja, existe a hora de pedir ajuda.

É preciso aprender a respeitar limites, ninguém é dono de ninguém. Todos precisam ter sua individualidade, liberdade e principalmente respeito. Valorize-se e ame-se. Acredito que em certos momentos ou situações pedir ajuda a um psicoterapeuta seria de grande valia!

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*A frase “Mas eu me mordo de ciúmes”, do título, vem da música Ciúme, gravada pela banda Ultraje a Rigor, nos anos 80

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