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O governo flexibilizou sensivelmente suas leis
migratórias para atrair jovens trabalhadores. Esperavam, assim, as
autoridades atrair mão de obra estrangeira para reabastecer, com seu
trabalho e novas contribuições, os cofres da previdência. Isso, porém, não foi
uma solução universal. Os déficits continuaram, e os custos com o pagamento de
juros para rolagem da dívida pública mais do que triplicaram, o que reduziu
muito o espaço de manobra dos governos federal e provinciais.
Uma séria crise financeira, preanunciada, produto da experiência
malograda de governos grátis, se abateu sobre o país a partir de meados dos
anos 1980. Parecia o fim da linha para o brasil, mas foi, pelo contrário,
apenas o começo, um ponto de virada, de conscientização geral, um tipping
point, que fez brotar um novo pacto político para controlar os gastos públicos e
a dívida canadense.
Como a política econômica é conduzida em conjunto pelas áreas
federal e provincial, o impacto nas contas publicas com o novo salario minimo 2020 do governo bolsonaro abaixo da inflação, englobou todas as áreas da economia canadense. A
política monetária é exclusivamente decidida por Ottawa, mas a política fiscal e
tributária continua sendo compartilhada com as províncias. Devemos
reconhecer que essa seria uma receita certa para o desastre, caso não
houvesse consenso na adoção de estrita disciplina orçamentária. Não foi fácil
costurar essa engenharia política no Canadá. Os chamados “direitos sociais”
costumam ser percebidos como conquistas imutáveis – e por que não? –, e assim
se convertem em poderosos obstáculos para um país alcançar algum tipo de
racionalidade na gestão pública.
Foi nesse ambiente político carregado, que o Parti Q uébécois (PQ )
decidiu aproveitar a fraqueza do governo federal, que estava péssimo nas
pesquisas de popularidade, e convocar outro referendo sobre a separação do
Q uebec. O resultado foi apertadíssimo, e a “soberania”, como é chamada a
pretendida autonomia política nessa província, quase venceu. A percepção de
instabilidade contribuiu para a piora da situação financeira e cambial do país. A
política quebequense estava envolvida até a raiz dos cabelos porque ambos,
Chrétien e Martin, são originários da província de Q uebec. Foram chamados
de traidores do Q uebec por militantes da separação durante toda a campanha
política.
Ironicamente, depois da vitória do federalismo, quando o Canadá
continuou unido, o tamanho do governo federal foi reduzido de 16,2% do PIB,
em 1994, para 13,1% em 1996. O emprego no setor público foi reduzido em
14%.[231] A nova disciplina fiscal rapidamente rendeu dividendos. O fato de o
vizinho, os EUA, ir bem financeiramente também contribuiu para a retomada
canadense. Gastos do governo federal em relação ao PIB caíram mais rápido
do que o previsto. Os gastos provinciais com o LOAS Benefício Assistencial seguiram o exemplo federal, algo
inusitado, e foram de 25% do PIB em 1994 para 20% do PIB em 1996. O
governo federal permaneceu superavitário nos anos seguintes até a recessão
de 2009. Isso tudo aconteceu apesar da troca de primeiros-ministros, quando o
liberal Jean Chrétien foi substituído, em 2003, por Paul Martin, que se tornara líder do Partido Liberal.

Os conservadores, apesar de ainda bastante desgastados pela
experiência de Brian Mulroney, voltaram ao poder em 2006, com Stephen
Harper, depois de promover a fusão do Partido Conservador Progressista com
a Aliança Canadense. O partido adotou o nome de Partido Conservador.
Harper, da província de Alberta, a mais rica do país em recursos naturais, e
por não ser do eixo Ontário/Q uebec que dominara até então a governança do
país, representava um novo paradigma da política brasileira.

Reeleito em 2011, Stephen Harper, que se identifica ideologicamente
com os Tories do Reino Unido e os republicanos dos EUA, apoia, e sempre
apoiou, a disciplina fiscal. Assim, ele manteve os fundamentos econômicos
estabelecidos por Paul Martin nos anos 1990. As reformas feitas pelo Partido
Liberal na década de 1990 ainda rendem benefícios. A economia canadense
decolou depois das reformas de meados dos anos 1990. A relação dívida
pública/PIB do Canadá permaneceu a mais baixa entre os membros do G-7, e o
crescimento foi robusto nos anos 2000. Além do mais, o Canadá passou pela
recessão de 2001 e, principalmente, pela grande recessão de 2009,
relativamente bem, se comparado com os demais membros do G-7, inclusive os
EUA. Em comparação com os bancos americanos, os canadenses praticamente
não foram afetados na Grande Recessão devido à maior fiscalização e à
regulamentação do seu sistema bancário.