Vejamos os três principais estágios que os pesquisadores têm identificado nos apaixonados. Estar apaixonado é experimentar um turbilhão de emoções, muitas vezes contraditórias e volúveis, como medo, insegurança e dúvidas. Mas à medida que o casal vive intensamente essa relação, provoca um “embaçamento” da visão crítica do outro.
Vejamos os três principais estágios que os pesquisadores têm identificado nos apaixonados.
No 1º. estágio – desejo e sentimentos românticos – a testosterona, estrógenos e endorfinas comandam o “cair de quatro” da paixão. Já está no nosso DNA desde os tempos dos nossos ancestrais há milhares de anos: a proposta evolutiva desta etapa é a união do casal; ela cria uma forte atração física e desejo sexual. Neste estágio as endorfinas inundam o seu cérebro e você fica imersa em intensas sensações de prazer e felicidade. Seu parceiro é perfeito, ideal e faz tudo por você. Você se sente “abobada” e até “alta” (semelhante ao sentimento que você tem após comer um delicioso e ansiado chocolate ou após um exercício físico extenuante (já ouviu falar do “barato do atleta”?). Enfim, você se sente completamente enfeitiçada(o).
No 2º. estágio – a atração física – você pode perder o apetite, ter insônia, pensar (quase) 24 horas por dia no(a) eleito(a), sonhar com ele(a) no ônibus, durante as reuniões, e no banho. Nesta etapa os hormônios dopamina, noradrenalina, e serotonina estão correndo através do seu corpo e cérebro. A atração física é intensificada pelos cinco sentidos, especialmente a visão…Você também tenta “modelar” o seu parceiro como o “ser ideal” para você. Mas ao mesmo tempo o relacionamento vai progredindo e vocês se tornam mais realistas. O feitiço do idealismo vai se enfraquecendo gradativamente e uma ligação, o afeiçoamento e a intimidade começam a ser construídos.
E finalmente, no 3º. estágio – ligação emocional ou aceitação incondicional – você começa a enxergar criticamente as qualidades e defeitos do seu parceiro, e vocês decidem se querem construir uma vida juntos. As briguinhas acontecem e são testes para averiguar como cada um lida com conflitos e divergências. Nesta etapa as separações são comuns, pois cada um pode decidir que “investir” na relação não vale a pena, e é melhor seguir a fila, pois esta anda…

Cibele Fabichak, médica do trabalho, graduada pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e mestre em Fisiologia pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Palestrante e autora do livro Sexo, Amor, Endorfinas & Bobagens (www.amorebobagens.com.br). Siga a Cibele no Twitter @cifabichak

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