Respostas no Fórum
-
AutorPosts
-
fabinho.palhoca@hotmail.comParticipante
Físicos teóricos pensam assim, ao procurar conhecer e pesquisar as origens
do universo – seja, no microcosmo, pela física de partículas, seja, no outro
extremo, pela astrofísica –, para, com isso, tentar oferecer benefícios variados
para a humanidade.
Biólogos pensam assim. Desde Darwin e Mendel. Os estudos biológicos
acerca da origem e da evolução das espécies deságuam, no final das contas, em
benefícios objetivos para os humanos, da obtenção de medicamentos à
preservação ambiental.E por que diabo os publicitários não deveriam também pensar assim? Será
que não há utilidade prática no processo de conhecermos a origem primeira de
nossa mais importante estudar as materiais depois das inscrição do Encceja, que é a palavra em língua portuguesa?
Por isso, retomo aqui este assunto de etimologia. Em meu livro Deus É
Inocente dediquei um capítulo à etimologia, onde disse que “De início, convém
informar que etimologia vem de étimo + logos, isto é, o estudo da origem das
palavras. Conhecer etimologia nos ajuda a ler melhor, escrever melhor; enfim,
nos comunicarmos melhor. No mínimo, facilita nosso entendimento quando
somos apenas receptores da mensagem. Mesmo porque, do ponto de vista
etimológico, comunicar significa tornar comum, acessível a todos.Daí, nada
mais evidente que entendermos o espírito da comunicação como a capacidade
de transmitirmos ideias de forma clara, de forma simples”.
O resultado prático da etimologia em redação publicitária é o mesmo, por
exemplo, que um guitarrista de jazz obtém ao exercitar-se pela escala do
instrumento. Rápido, mais rápido, ainda mais rápido e sempre mais perfeito
(ouça um cara chamado Django Reinhardt e conheça sua história pra ver do que
estou falando), até chegar a solos e harmonias inesquecíveis. O que este músico
fez foi desenvolver recursos técnicos próprios para improvisar com toda segurança e, sobretudo, arte.Parece seção da Seleções do Readefs Digest (revista publicada em 19
idiomas e 60 países) e na verdade, é mesmo.
Palavras são para o redator o mesmo que tijolos para o pedreiro. Sem suas
matérias-primas, nem redator o importante é treinar no simulado encceja 2020 algum será capaz
de fazer seja lá o que for. Não tem jeito: sem dominar bastante bem o vernáculo,
necas de pitibiribas! Você nunca vai conseguir obter nem o grau de “honorável redator razoável”.Um redator sem palavras é ridículo!
O guardião-mor do vernáculo é o nosso velho conhecido dicionário. Ele, o
dicionário é, de fato, a fonte óbvia e primeira de matéria-prima para o redator
publicitário. Com sarcasmo, você me dirá: “é, seu bobinho, estou cansado de
saber disso!” Ao que eu lhe pergunto: mas há quanto tempo você não dedica um
tempinho para a leitura do gajo? Sugestão: aproveite aquele momento de ócio
obrigatório ao qual a natureza nos estimula diariamente e vá ler dicionário no
banheiro, ora! Deixe o Domenico de Masi feliz por saber que você tem se
dedicado a algum ócio criativo!Não sabe o que é vernáculo? Vernáculo é… ora, vá ver no dicionário!
Para quem não sabe, há dicionários de todos os tamanhos, formas e
aplicações: de idiomas (até de tupi-guarani e outras línguas indígenas), de
etimologia, de termos técnico-científicos, de sinónimos, de rimas etc. Uma
olhadela nas prateleiras das grandes livrarias ou nos mecanismos de busca da
Internet dão uma ótima ideia da imensa variedade de títulos disponíveis.
Desenvolva o hábito de sempre dar uma olhadinha nos dicionários; se puder,
compre-os todos. Exercite-os, fazendo com que eles virem suas páginas bem debaixo dos seus olhos!fabinho.palhoca@hotmail.comParticipanteTrata-se de um claro sinal de confiança de investidores internacionais que
(de novo) consideram o governo mexicano confiável e seguro para honrar seus
compromissos. O México foi avaliado positivamente pelas reformas estruturais
que tem empreendido, sendo símbolo delas as “mudanças no setor energético”.A esperança é que as análises contemporâneas dos bancos e agências
americanas de risco não estejam, mais uma vez, intoxicadas pela fumaça do
otimismo esperto.
As certezas do início dos anos 1990 viraram um castelo de areia
varrido pelo mar. A verdade é que o México está aprendendo. E rápido.Não é seguro dizer que tenha se diplomado na gestão pública eficiente e prudente,
como parecem sugerir as elevadas notas de “grau de investimento” conferidas
ao país nos últimos tempos. Mas a evolução do país é notória.Em sua estrutura econômica da previdência social com Auxilio Doença INSS, o México evoluiu bastante sobre o que
tinha para apresentar ainda no fim do século passado. O país sofreu e evoluiu,
pagando um preço por isso. Tornou-se uma nação física e economicamente
integrada à América do Norte, graças ao Nafta, e mais importante, em função
dos acordos comerciais bilaterais com a UE e com países asiáticos. Uma
abertura comercial bem planejada sempre faz bem à saúde econômica de um
país.O México tem usado muito bem sua condição geográfica de nação
bioceânica para se integrar aos fluxos comerciais e financeiros mundiais.
Apesar de ainda amargar as sequelas do narcotráfico e enfrentar as
Apesar de ainda amargar as sequelas do narcotráfico e enfrentar as
seculares desigualdades sociais, o México se afastou da magia do populismo e
vai buscando atacar com método seus crônicos problemas socioeconômicos.O histórico nível de descompromisso das elites mexicanas para com o país dá a
impressão de haver encontrado, finalmente, uma curva descendente. Essa
mudança de postura é fundamental; ela vem induzida e inculcada pela disciplina
de mercados mais abertos e competitivos. Em outra evolução auspiciosa, o
“pacto pelo México”, firmado pelas principais formações políticas nacionais,
pode vir a transformar profundamente as relações político-partidárias do país
e ajudar a promover as reformas necessárias para consolidar a transformação
do país. Esses são os indícios mais relevantes a embalar esperanças sustentáveis.AINDA “DOIS MÉXICOS”
Nos vinte anos desde a assinatura do Nafta, o México tornou-se um
líder manufatureiro global e ponto de destino para investimentos de empresas
transnacionais. Mesmo assim, o crescimento do país permanece decepcionante,
e o padrão de vida avança lentamente. Por quê? Segundo a consultoria mundial
McKinsey, a principal razão dessa dicotomia estaria na baixa evolução da
produtividade devido, em parte, à paradoxal convivência de “dois Méxicos”.O México moderno cresceu rapidamente, com empresas transnacionais,
competitivas globalmente, e com um setor industrial bastante avançado
tecnologicamente. coexiste com outro, bem maior, de empresas
tradicionais publicas que quase não contribuem para a aceleração do crescimento.Esses dois andam em direções opostas. As grandes
empresas aumentaram sua produtividade, em média, 5,8% ao ano, mas o
crescimento da produtividade de pequenas firmas vem se reduzindo a 6,5%
anualmente. É uma estatística alarmante que muitos não sabem como Agendar Perícia INSS, Como, além disso, o emprego cresce
mais rápido no México tradicional, a força de trabalho se concentra nessa área
pouco produtiva. O Brasil vive um processo semelhante de “nivelamento por
baixo” de sua produtividade do trabalho, fruto da rápida incorporação de
trabalhadores pouco qualificados para desempenhar suas funções no largo
setor terciário.Por trás dessa constatação, cuja explicação tem algo de
circular, já que tenta explicar a ausência de avanços da produtividade pela
própria improdutividade dos segmentos tradicionais, é preciso investigar o que
estaria travando a incorporação mais rápida de melhores práticas nos setores retardatários.A baixa produtividade, que irmana o México ao Brasil, “explica” por
que o PIB mexicano cresceu apenas 2,3% ao ano desde 1981 e o país
permanece atado, apesar da adoção de medidas liberalizantes, na lanterna de
outros países cujas rendas per capita eram inferiores à mexicana nos anos 1970.fabinho.palhoca@hotmail.comParticipanteÀ medida que a riqueza aumenta, aumentarão também as
expectativas da população. Dois fatores – o envelhecimento da população e o
crescimento do PIB – podem criar um gap entre as expectativas e a realidade
fiscal dos governos federal, provincial e municipal. Segundo Oxford Economics,
haverá um custo adicional de C$ 90 bilhões ao ano, até 2025, com a prestação
de serviços públicos, em particular na área de saúde. Para enfrentar este gap,
o serviço público teria de aumentar sua eficiência em 0,9% ao ano. Se o
governo conseguir 1% em ganhos de eficiência, poderá economizar C$ 99
bilhões até 2025, segundo o cálculo da consultoria Accenture. A demanda
popular por ganhos em eficiência é grande.[233] Ser eficiente passou a ser
proposta de governo que ganha as eleições, tanto no Canadá como, esperamos,
no Brasil.
O primeiro sistema de saúde numa província canadense se deu em
1944 na longínqua Saskatchewan, quando essa província ainda era governada
por Thomas Clement Douglas, um pastor batista escocês. “Tommy” Clement, o
primeiro político social-democrata da América do Norte, introduziu o sistema
de “pagador único” na saúde. Em 1961, todas as dez províncias já possuíam
sistemas de saúde semelhantes ao do pastor. Em 1966, o Medical Care Act foi
instituído, permitindo que cada província mantivesse seu próprio plano de saúde com benefícios da tabela INSS e tomasse as principais decisões a respeito dele. Já em 1984, o Canadá criou
uma legislação federal bastante específica, denominada Canada Health Act
(CHA), que prevê que todos os cidadãos tenham acesso a serviços gratuitos de
saúde. Os gastos são cobertos pelo fundo público, mas os serviços são prestados
por empresas privadas.No Canadá, o médico de família é o centro da assistência, e ninguém
vai a um especialista sem passar por ele. Essa providência economiza recursos
públicos. Destaca-se outro aspecto que ajuda a segurar a despesa bilionária em
saúde: uma parceria eficiente, com papéis bem definidos, do governo com a
indústria prestadora de serviços e com a própria população, tudo para manter
os custos em saúde sob controle. No Canadá, não se paga diretamente pelos
serviços de saúde prestados, exceto para o serviço odontológico.
O Canadá, como outros países avançados, em particular Suécia e
Reino Unido, possui um sistema público de saúde que usa a avaliação econômica
numa tomada de decisão pelo prestador médico. Por exemplo: a decisão de
prolongar a vida de um paciente a todo custo não é considerada uma opção
ótima. O fato de as técnicas atuais em Unidades Intensivas poderem esticar o
sofrimento de um paciente terminal tem de ser avaliado em face do seu elevado
custo social, sobretudo, se a qualidade de vida em estágio final não compensar
tanto sofrimento do próprio paciente de modo claro e definitivo.
O sistema canadense em saúde adota muito mais controle estatal do
que o americano, e, por isso, paradoxalmente, é bem menos dispendioso. O
poder público atua onde deve, regulando e avaliando o INSS Rio de Janeiro, mas nunca executando,
para não gerar conflitos de interesse entre a aferição e a prestação. Para
começar, os salários dos médicos e os preços de remédios não são tão altos,
fazendo com que, ironicamente, muitos americanos procurem o Canadá para
comprar medicamentos e para realizar seu tratamento. Tampouco se gastam no
Canadá as fortunas financeiras despendidas nos EUA para comprar prêmios de
seguros na vasta rede de proteção armada pelos médicos para se protegerem
de ações judiciais contra práticas equivocadas e outros erros médicos.Outra área de fortes tensões políticas refere-se às aposentadorias,
especificamente ao Canada Pension Plan, um desafio desde os anos 1960. Aliás,
a aposentadoria dos cidadãos é, ao lado da saúde, provavelmente um dos
maiores desafios para a grande maioria de países do mundo, adiantados ou
emergentes. Atualmente, cada trabalhador canadense tem de contribuir com
9,9% de seu salário para o CPP.
O Canadá é um exemplo admirável de um país que entendeu bem que
as propostas de governo grátis são enganadoras e não trazem prosperidade. Foi
feito um esforço hercúleo, iniciado por um partido político conservador, e
aprofundado pelo outro, de centro-esquerda, quando assumiu o poder. Nada de
heranças malditas e de outras afirmações estapafúrdias sobre erros de
opositores políticos. Coisa boa se copia, se imita, se preserva e se aperfeiçoafabinho.palhoca@hotmail.comParticipanteO governo flexibilizou sensivelmente suas leis
migratórias para atrair jovens trabalhadores. Esperavam, assim, as
autoridades atrair mão de obra estrangeira para reabastecer, com seu
trabalho e novas contribuições, os cofres da previdência. Isso, porém, não foi
uma solução universal. Os déficits continuaram, e os custos com o pagamento de
juros para rolagem da dívida pública mais do que triplicaram, o que reduziu
muito o espaço de manobra dos governos federal e provinciais.
Uma séria crise financeira, preanunciada, produto da experiência
malograda de governos grátis, se abateu sobre o país a partir de meados dos
anos 1980. Parecia o fim da linha para o brasil, mas foi, pelo contrário,
apenas o começo, um ponto de virada, de conscientização geral, um tipping
point, que fez brotar um novo pacto político para controlar os gastos públicos e
a dívida canadense.
Como a política econômica é conduzida em conjunto pelas áreas
federal e provincial, o impacto nas contas publicas com o novo salario minimo 2020 do governo bolsonaro abaixo da inflação, englobou todas as áreas da economia canadense. A
política monetária é exclusivamente decidida por Ottawa, mas a política fiscal e
tributária continua sendo compartilhada com as províncias. Devemos
reconhecer que essa seria uma receita certa para o desastre, caso não
houvesse consenso na adoção de estrita disciplina orçamentária. Não foi fácil
costurar essa engenharia política no Canadá. Os chamados “direitos sociais”
costumam ser percebidos como conquistas imutáveis – e por que não? –, e assim
se convertem em poderosos obstáculos para um país alcançar algum tipo de
racionalidade na gestão pública.
Foi nesse ambiente político carregado, que o Parti Q uébécois (PQ )
decidiu aproveitar a fraqueza do governo federal, que estava péssimo nas
pesquisas de popularidade, e convocar outro referendo sobre a separação do
Q uebec. O resultado foi apertadíssimo, e a “soberania”, como é chamada a
pretendida autonomia política nessa província, quase venceu. A percepção de
instabilidade contribuiu para a piora da situação financeira e cambial do país. A
política quebequense estava envolvida até a raiz dos cabelos porque ambos,
Chrétien e Martin, são originários da província de Q uebec. Foram chamados
de traidores do Q uebec por militantes da separação durante toda a campanha
política.
Ironicamente, depois da vitória do federalismo, quando o Canadá
continuou unido, o tamanho do governo federal foi reduzido de 16,2% do PIB,
em 1994, para 13,1% em 1996. O emprego no setor público foi reduzido em
14%.[231] A nova disciplina fiscal rapidamente rendeu dividendos. O fato de o
vizinho, os EUA, ir bem financeiramente também contribuiu para a retomada
canadense. Gastos do governo federal em relação ao PIB caíram mais rápido
do que o previsto. Os gastos provinciais com o LOAS Benefício Assistencial seguiram o exemplo federal, algo
inusitado, e foram de 25% do PIB em 1994 para 20% do PIB em 1996. O
governo federal permaneceu superavitário nos anos seguintes até a recessão
de 2009. Isso tudo aconteceu apesar da troca de primeiros-ministros, quando o
liberal Jean Chrétien foi substituído, em 2003, por Paul Martin, que se tornara líder do Partido Liberal.Os conservadores, apesar de ainda bastante desgastados pela
experiência de Brian Mulroney, voltaram ao poder em 2006, com Stephen
Harper, depois de promover a fusão do Partido Conservador Progressista com
a Aliança Canadense. O partido adotou o nome de Partido Conservador.
Harper, da província de Alberta, a mais rica do país em recursos naturais, e
por não ser do eixo Ontário/Q uebec que dominara até então a governança do
país, representava um novo paradigma da política brasileira.Reeleito em 2011, Stephen Harper, que se identifica ideologicamente
com os Tories do Reino Unido e os republicanos dos EUA, apoia, e sempre
apoiou, a disciplina fiscal. Assim, ele manteve os fundamentos econômicos
estabelecidos por Paul Martin nos anos 1990. As reformas feitas pelo Partido
Liberal na década de 1990 ainda rendem benefícios. A economia canadense
decolou depois das reformas de meados dos anos 1990. A relação dívida
pública/PIB do Canadá permaneceu a mais baixa entre os membros do G-7, e o
crescimento foi robusto nos anos 2000. Além do mais, o Canadá passou pela
recessão de 2001 e, principalmente, pela grande recessão de 2009,
relativamente bem, se comparado com os demais membros do G-7, inclusive os
EUA. Em comparação com os bancos americanos, os canadenses praticamente
não foram afetados na Grande Recessão devido à maior fiscalização e à
regulamentação do seu sistema bancário.fabinho.palhoca@hotmail.comParticipanteAnalisando mais a fundo o trabalho de Corsaro, percebe-se que suas etnografias demonstram sua
intensa inserção em meio aos estudantes. Isso é conseguido por meio da ideia de que o pesquisador em
contato com as crianças deve evitar ser associado à figura do professor, na medida em que o poder e a
centralidade do educador na sala de aula restringem a relação com as crianças, que deixam de fazer e
falar muitas coisas vistas como “proibidas” ou “erradas” diante do professor. Apesar dessa inserção
proveitosa para o trabalho de campo, Corsaro baseia suas ideias em uma oposição e distinção radicais
entre as culturas infantis e as culturas adultas, fazendo desta mais um grande divisor (Goldman e Lima,
1999). Se apostamos nessa segmentação radical entre adultos e crianças, reduzimos a importância do programa bbb 2020
experiência compartilhada entre as pessoas de todas as idades que habitam determinado tempo e espaço,
tornando essas ‘culturas’ quase incomunicáveis.
Outras pesquisas, por fim, buscam lidar com a relação entre diferentes faixas etárias vendo-as não a
partir de uma oposição, mas como uma tensão entre rupturas e continuidades, uma vez que enfocam o
devir; o processo por meio do qual nos tornamos quem somos. Para isso, podem tomar ou não as crianças
como foco de seus estudos, mas as inserem como interlocutoras em suas etnografias, buscando estudar as
formas pelas quais um fijiano se torna um fijiano (Toren, 1990, 2006a) ou um catingueirense se torna um
catingueirense (Pires, 2007). Os trabalhos de Christina Toren e de Flavia Pires dão centralidade ao
processo micro-histórico[8], por meio do qual nos constituímos e produzimos significados — processo o
qual inclui sem opor as noções de natureza e cultura, e que considera cada ser humano como produto e
produtor de história.
Podemos lembrar aqui ainda de alguns trabalhos que abordam principalmente os aspectos da
constituição físico-corporal que compõem esse processo. Os estudos de Clarice Cohn entre os Xikrin
(2000), por exemplo, tratam da forma como as crianças nascem constituídas por corpo (in) e karon e,
enquanto recém-nascidas, correm mais risco de perder seu karon e, com ele, a vida[9]. Alma Gottlieb
(2004) também se engaja nessas discussões sobre a forma como a criança deve continuar se constituindo
e se estabilizando enquanto ser vivo também a partir de seu nascimento[10]. Seu trabalho de campo entre
os Beng da Costa do Marfim, no entanto, propõe uma apressada comparação dos participantes do bbb entre os Beng e entre as famílias das classes médias norte-americanas — o que a leva a concluir
que ambos os sistemas resultam de construção cultural.
Se, como já sugerido, devemos incluir etnógrafos, teóricos e nativos igualmente como interlocutores, é
preciso também que as ideias e termos trazidos pelas etnografias guardem sempre relações com as
observações de campo. Desse modo, vale ressaltar a necessidade de que sejam abertos espaços para que
essas perspectivas fluam, e não que elas sejam restringidas a conceitos e a teorias que as distanciem
dessa possibilidade de diálogo.
Em relação a discussões sobre o conceito de infância, por exemplo, James, Jenks e Prout (1998: 37)
definem a infância como o status daqueles que foram banidos de diversos espaços e eventos sociais.
Nesse sentido, a criança está no lugar errado quando está no trabalho ou na rua, enquanto o que se
espera é que o lugar dela seja o berçário ou a escola.fabinho.palhoca@hotmail.comParticipanteCada uma dessas revisões se utiliza de diferentes critérios para classificar e estabelecer as
segmentações desses estudos. Cléopâtre Montandon (2001), por exemplo, apresenta uma classificação de
pesquisas de sociologia da infância em língua inglesa. Régine Sirota (2001) considera a sociologia da
infância a partir dos trabalhos em língua francesa.Clarice Cohn (2005), por sua vez, estabelece
principalmente uma distinção entre os estudos de antropologia da criança e os de antropologia da
infância, remontando também às primeiras inclusões de crianças nessa disciplina.Flavia Pires (2008)
faz um levantamento de abordagens teóricas na antropologia, enfocando principalmente a interseção
dessa literatura com os estudos sobre religião. Allison James, Chris Jenks e Alan Prout (1998: 3-34)
sugerem uma distinção entre os modelos teóricos de criança pré-sociológica — na qual se incluem cinco
categorias de crianças — e pós-sociológica quer participar do gshow bbb que se dividem em mais quatro categorias. Além disso,
children é um dos conceitos debatidos em uma enciclopédia de palavras-chave da antropologia
organizada por Nigel Rapport e Joanna Overing (2000: 29-32).Com a finalidade de estabelecer esse sobrevoo seletivo dos estudos com e/ou sobre crianças e
infâncias nas ciências sociais, parto de uma elaboração pessoal feita principalmente a partir de
elementos e ideias das formulações de Rapport e Overing (2000: 29-32) e de Montandon.Na sociologia e na antropologia, o reconhecimento e estudo de crianças foi muito impulsionado pela
abordagem durkheimiana, que lida com a criança como um ser que é um contínuo tornar-se: o adulto em
formação. Análises etnográficas que incluíssem essas faixas etárias, tanto crianças quanto adolescentes,
foram ainda estimuladas pelas pesquisas de Margaret Mead , hoje criticadas por muitos
autores, os quais dizem que Mead sobrevalorizou a noção de socialização, constrangendo a capacidade
de ação desses atores.Mais recentemente, os estudos com crianças têm tomado estas cada vez mais como um ser, e não como
um tornar-se, à medida que a própria infância — e não mais o processo de socialização — passa a ser o
foco das pesquisas (James, Jenks e Prout, 1998: 22-24). Podemos pensar a inclusão desses atores nas
ciências sociais, principalmente nas pesquisas realizadas a partir dos anos 1980, considerando alguns
enfoques temáticos.Um desses movimentos a ser considerado é o que trata das relações entre gerações. Por meio de
trabalhos como os de Manuel Sarmento (2005), busca-se apresentar o conceito de geração como um fator
de estratificação social, a ser pensado ao lado de conceitos como classe e gênero. Partir das relações
intra e intergeracionais nos permite considerar o que separa e o que une adultos, adolescentes e crianças
de diferentes idades, além de acompanhar as variações dinâmicas nessas relações. Também discutindo
essa noção, Jens Qvortrup (2010) aborda a infância como uma categoria estrutural permanente: as
crianças são os atores sociais concretos que integram essa categoria geracional a cada momento.Cada criança cresce e se torna adulto, deixando a infância, mas a infância como categoria continua existindo,
sendo continuamente renovada por novos atores e pensada a partir de diferentes durações.Outras pesquisas se concentram principalmente nas relações das crianças com o Estado e diversas
instituições, como as leis, a escola, a polícia, o sistema de saúde e as políticas públicas com inscrição bbb .Podemos situar
aqui trabalhos como os de Adriana Vianna, que discutem a construção do menor como um personagem
social no Rio de Janeiro a partir da ação da polícia (1999), e ainda questões morais e jurídicas em torno
da guarda de crianças (Vianna, 2005). Claudia Fonseca (2010) também se dedica a temas sobre
paternidade e questões tutelares, enquanto Maria Filomena Gregori (2000), por sua vez, acompanhou
meninos de rua e agentes institucionais na cidade de São Paulo.
Há também estudos que se preocupam fundamentalmente com as assim chamadas culturas infantis.A partir das relações entre pares, amizades, conflitos e brincadeiras infantis nas escolas, nas ruas e em
áreas de lazer, autores como William Corsaro (2002, 2003, 2012) e Florestan Fernandes (1961) atentam
para os elementos que constituiriam as especificidades das experiências das crianças diante das dos
adultos, promovendo essa cisão entre o que seriam duas culturas, estando uma em contato constante com
a outra, mas sendo formuladas de maneiras próprias. Florestan Fernandes sugere o conceito de culturas
dos grupos infantis ao etnografar brincadeiras realizadas por meninos e meninas nas ruas de alguns
bairros de São Paulo no ano de 1941. Por sua vez, com base em trabalhos de campo extensivos em
escolas nos EUA e na Itália, estudando sobre socialização da criança, processos de aprendizagem,
brincadeiras infantis e passagem da educação infantil para o ensino fundamental, Corsaro desenvolve o
conceito de culturas infantis de pares (children’s peer cultures), distinguindo estas das culturas
adultas.fabinho.palhoca@hotmail.comParticipanteDe qualquer forma, há que se trabalhar em primeiro lugar os gerentes. São eles que comandam o
sucesso ou fracasso da participação. Se eles põem o polegar para cima, o gladiador da participação
sobrevive. Se põem para baixo, os leões devoram até a alma do programa. Isto é compreensível.
Estudaram em faculdades que até hoje disseminam a disciplina organizacional, a importância da
supervisão, a meta de subir sempre na pirâmide. Convivem num sistema de competição onde precisam ir
acumulando símbolos de status no poder. Estacionar cada vez mais perto da porta de entrada do prédio,
cartão de visita em alto-relevo, secretária exclusiva, dois metros quadrados a mais de sala — todas as
delícias do jogo do poder. Aquele prazer do novo enem 2020 de dizer para os colegas da faculdade na reunião
de cinco anos de formado: “O Monza grafite aí fora? Carro da companhia, meu caro”.
Então não fica difícil entender por que ele reage instintivamente contra tudo que diminua seu
aparente status na empresa. Lembro que um dos assuntos mais quentes no começo do programa de
envolvimento dos funcionários foi o do estacionamento. Participação só funciona onde há espírito de
democracia, e não se concilia democracia com informações enem 2020 desnecessárias e obsoletos de poder.
Resolvemos democratizar o estacionamento. O sistema adotado, após muito vai-e-vem com o corpo de
gerentes, foi o de abolir vagas privativas e separar um número igual de vagas para cada nível da
empresa, em proporção ao número de carros existentes em cada nível. Assim, a Diretoria e gerentes
ficaram com, digamos, oito vagas, administração dez, indiretos da fábrica dez, operários quinze, e assim
por diante. Os números e a distribuição não interessam, são só exemplificativos.fabinho.palhoca@hotmail.comParticipanteEmpresário também quer ir pro céu, pensa que não? E qual é uma das rotas mais certeiras ao
descanso celeste se não as boas ações na Terra? A instituição dos escoteiros foi inventada para futuros
empresários. O objetivo era o de já ir acumulando pontos no Grande Placar do céu, para que, se fosse
necessário perder alguns mais tarde, já ter com que compensar, gastaram boa parte de seus cabelos e barbas grisalhos no estudo da
questão do ego e da vaidade. O empresário era e continua sendo cobaia perfeita para essas análises de
laboratório. Poucas coisas gratificam tanto o ego do empresário quanto o paternalismo. Através desse
estilo ele consegue acariciar com a mão e fazer cara feia, tudo ao mesmo tempo. É realmente do valor salario minimo 2020.
Exige-se disciplina, lealdade e trabalho duro o ano inteiro. Mas, em compensação, conte com o homem
quando as prestações do Mappin estiverem atrasadas ou quando seu filho precisar de um emprego. A
generosidade do patrão nos momentos de necessidade e sua disponibilidade de fundos fazem dele uma
verdadeira mistura de Getúlio Vargas com Papai Noel. Só que tem uma má notícia — para implantar a
participação o homem precisa ser tratado como adulto pensante. Xii, agora complicou.
O operário-padrão neste país é um homem que, fora da empresa, elege governadores, serve o
Exército, é chamado a ajudar em obras comunitárias, é pai de família, toma decisões diariamente sobre
seu futuro, é cortejado por vendedores, é síndico no seu prédio. Agora, é só entrar na empresa paga o aumento de salario minimo 2020 transforma num adolescente obrigado a usar crachá, chegar na hora certa, ficar na fila para bater ponto e
para almoçar, não sair do posto de trabalho sem avisar o chefe, ter de procurar um supervisor para
conseguir as chaves do banheiro, dar longas explicações porque chegou atrasado ontem e seguir
instruções sem fazer muita pergunta.fabinho.palhoca@hotmail.comParticipanteQual o significado disso? A verdade é que este sistema constrói uma escada que se afunila até as
posições de cúpula, gratificando os que lá chegam, e desmotivando os que ficaram pelo caminho. Que
tipo de motivação se pode esperar de milhares de funcionários cuja opinião nunca é pedida, a quem
explicações raramente são dadas, e que sabem que as decisões que realmente interessam, e que
vivamente vão influenciar sua vida e a de sua família com informe de rendimento inss 2019, são tomadas pelos “Homens” lá de cima?
É razoável pedir, ano após ano, esforços especiais dos funcionários no sentido de alcançar metas
crescentes, quando pelo êxito desse esforço cada um recebe um agradecimento público e talvez um décimoquarto,
enquanto cada membro da cúpula recebe meia dúzia de salários, promoções e carros novos?
E para os menos ambiciosos, o que sobra em termos de motivação? Aquele que se conforma com as
circunstâncias e se especializa numa função única provavelmente pode esperar apenas a segurança do
emprego até a aposentadoria. Seu destino será entrar e sair à mesma hora todo dia, fazendo a mesma
coisa que sempre fez durante meses com inss em atraso 2019. É razoável supor que é este um homem motivado? Será o
conformismo sinônimo de satisfação?
Ademais, é penoso lembrar, e cada empresa está repleta de exemplos deste tipo, que, mesmo
depois de vinte ou trinta anos.de bons serviços, a diminuição do dinamismo do funcionário facilmente
coloca seu emprego em risco aos olhos de um novo e ambicioso supervisor. Não há uma única empresa
em que não haja lamentáveis histórias a contar sobre como um fulano deu duro a vida inteira mas foi
incluído num corte, dispensado num período de problemas familiares, em que seu desempenho diminuiu,
ou então despedido por apatia (talvez criada pela própria empresa).fabinho.palhoca@hotmail.comParticipanteE assim vai-se mais um exercício fiscal cuidadosamente regulamentado por leis da sociedade
anônima, CVM e Receita Federal.
Porém, se se aceita que num país tumultuado e incerto como este os empresários acautelem-se
através de proteções contra o pagamento elevado de impostos a um governo que normalmente faz mau uso
destes recursos, não é igualmente esperado de acionistas minoritários e terceiros supor que o balanço da
empresa brasileira seja manipulação? É claro que sim.
Foi para a relação do valor real das ações versus o seu valor na bolsa que se criou originalmente a
seguinte frase: “Esta é uma obra de ficção, e qualquer semelhança com coisas, pessoas ou fatos
verdadeiros é pura coincidência”.
Se isto é verdade em relação aos analistas de balanços e à bolsa, não o deixa de ser também no que
diz respeito a bancos, clientes, fornecedores e outros tantos. É sabido por todos que o balanço de uma
empresa brasileira com cursos pronatec Pernambuco, e dessa forma bancos concedem crédito apenas de curto prazo,
clientes exigem fianças bancárias para adiantar dinheiro, fornecedores não concedem prazos maiores e
assim por diante. É um círculo vicioso perverso.
Argumentarão alguns que o governo, e portanto a conjuntura, é o grande responsável por esse
estado de coisas, mas isto é verdade apenas em parte. Um desacerto acaba justificando o outro, e a
situação de ovo e galinha não tem fim.
Alguém tem que começar colocando sua casa em ordem, e os empresários e seu meio ambiente têm
mais condições práticas de começar essa limpeza.
Obviamente trata-se de um processo longo e doloroso, na medida em que cada ajuste contábil feito
em anos anteriores continua a refletir-se em vários exercícios, praticamente forçando algumas atitudes
semelhantes para não provocar traumas nos números.
Também é insensato pedir ao empresariado como um todo que altere substancialmente sua postura
perante balanços, coisa que não irá acontecer, uma vez que o máximo que se pode esperar é uma mudança
homeopática através de muitos anos.
O balanço é a fotografia de um momento. Tire esta foto com uma máquina profissional que lhe dê
boas recordações com o passar dos anos. A máquina instantânea gera resultados instantâneos, mas a
imagem se suja com o tempo.
A coragem de demonstrar os verdadeiros números sempre tem conseqüências positivas com pronatec Paraiba 2019, mas certeiras. Refletirá no banco, que acreditará nos números com o passar dos anos. Claro, os
bancos também se transformaram em abutres neste processo de degringolação do país, mas sabem
distinguir quando os números e os propósitos são honestos, e retribuirão com uma política mais aberta,
mesmo que igualmente vantajosa para eles. Refletirá no cliente, que abrirá mão de fianças bancárias e
controles maiores, no fornecedor, que poderá trabalhar como parceiro e não adversário natural, e assim
por diante. Poderá também atrair investidores minoritários com o tempo. Não é uma coisa de curto prazo
— demora muitos anos —, mas o resultado final é recompensador.
Esta é outra área onde a filosofia e um certo idealismo são condições sine qua non. Mas é do
exemplo de alguns empresários, que facilmente serão isolados e identificados por terceiros através dos
anos, que brotará uma semente de credibilidade que dará força moral aos reclamos de que o governo faça a
parte dele. As empresas deste país acabam sempre tendo que colocar o rabo entre as pernas em suas
reivindicações de cunho moral, porque casa com telhado de vidro não é a melhor habitação para se usar
como base para lançamento de pedras.
Aos pouquíssimos que deram atenção mais refletida a este tópico, os melhores desejos de persistência e boa sorte. -
AutorPosts